As Ruinas Romanas de Miróbriga

"Hipocaustum" é a zona inferior da construção dos balneários Romanos, criada sob os pavimentos pelas "suspensurae". É através deste sistema de aquecimento numa Câmara Subterrânea onde circula ar quente produzido numa fornalha ou "Praefurnium" que os Balneários, públicos ou privados, podiam ter as zonas tépidas, o "Tepidarium" e aquecidas, o "Caldarium".

Estas que se vêm aqui são as Ruínas Romanas de Miróbriga e estão situadas nas proximidades da cidade de Santiago do Cacém.
Desde 1940 que o extenso complexo arqueológico encontra-se classificado como Patrimonio Nacional.
Em 1982, este complexo passou a estar ligado ao Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico.
A primeira notícia conhecida sobre as ruínas de Miróbriga data já do século XVI, época em que o Humanista André de Resende a elas se referiu como sendo uma Povoação outrora chamada "Merobrica".
Esta sua afirmação baseava-se em Plínio, um Historiador Romano do séc.I, que situa "Niróbrica" entre a antiga "Salácia" (Alcácer do Sal) a "Lacobriga" (Lagos).Plínio assinalou Miróbriga como um “Oppidum Estipendiário”, ou seja, um Povoado fortificado sem qualquer privilégio e que pagava Imposto.

Mas foi apenas no século XIX que, sob o patrocínio do Bispo de Beja, que viria mais tarde a tornar-se no Arcebispo de Évora, D. Frei Manuel do Cenáculo, que estes terrenos foram objeto de escavações.
Segundo as pesquisas acredita-se que a ocupação do cerro de Miróbriga remonte pelo menos, ao séc. V-IV a.C.,mas no entanto, é possível que, já no final da Idade do Bronze, Miróbriga se encontrasse habitada.
No século II a.C., mais precisamente, em 133 a.C., quando ocorreu a campanha militar de D. J Brutus, os habitantes de Miróbriga já se encontravam sob a influência de Roma, ou pelo menos eram um Povo colaborante.
No período das guerras entre Pompeu e César, que se saiba, não existem referências sobre este povoado.

No entanto, é provável que os habitantes de Miróbriga apoiassem, por questões de fidelidade, as forças militares de Pompeu, uma vez que no século I a.C., Plínio assinalou Miróbriga como um “oppidum estipendiário”, ou seja, um povoado fortificado sem qualquer privilégio e que pagava imposto.
Mais tarde, já na época da dinastia dos Imperadores Flávios é possível que Miróbriga tenha recebido o estatuto de direito Latino ou Romano, confirmando assim uma integração plena dos seus habitantes na cultura, economia e Sociedade Romana.
Ao que parece, Miróbriga foi um Povoado sem uma estrutura urbana romana. foi no entanto nesta época que se iniciou a transformação urbana, envolvendo a construção do Forum e do Templo,provavelmente Dedicado  a Venus.
Posteriormente, as obras de urbanização de Miróbriga continuaram no período da Dinastia dos Antoninos, inicialmente com a construção das Termas Este e depois com as Termas Oeste.
Apesar de não haver certezas sobre este assunto, pensa-se que foi a partir do século IV d.C. que a cidade começou a entrar lentamente em declínio, acompanhando o processo que ocorreu com grande parte das Cidades do Império.

No século VIII d.C., quando das invasões muçulmanas ocorridas na região. a Cidade de Miróbriga já estava abandonada, sendo que estes passaram a ocupar o cerro próximo, onde hoje se localiza o Castelo Medieval.

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