O Mistério do Farol da Ilha Flannan

Nos mares do Reino Unido existe um conjunto de Ilhas,chamadas Ilhas Flannan,onde se localiza um farol.A luz do farol costumava piscar duas vezes a cada 30 segundos.Em dias de bom tempo,era possível avistá-la a 20 milhas de distância,embora o Arquipélago,localizado na Escócia,fosse quase sempre encoberto pela neblina.Uma equipa formada por três homens guardava,por turnos,esse farol de 23 metros de altura,e que mudava a cada duas semanas.
A ilha é minúscula e está no meio do oceano,não há terra nas proximidades nem onde sequer se esconder,além disso,o acesso à ilha é dificílimo em função das rochas e encostas pontiagudas.
No dia 7 Dezembro,1900,James Ducat,o zelador do farol chegou à ilha para recomeçar o seu trabalho.Seu primeiro assistente,William Ross,tinha pasado mal e um homem local, Donald Macarthur,assumiu o seu lugar.Macarthur era um zelador ocasional,que trabalhava lá apenas quando os membros normais do grupo tinham algum problema. Thomas Marshall,o segundo assistente completava o trio.
No barco que os levava para a ilha,estava também Robert Muirhead,o superintendente dos faróis.As inspeções rotineiras eram uma parte do seu cargo e Muirhead gostava de manter um controle rígido dos homens sob a sua supervisão.Assim,o superintendente ficou algum tempo no farol,verificando que tudo estava na mais perfeita ordem.Teve uma discussão breve com o zelador principal a respeito das melhorias na monitoração do farol e encerrou o relatório de campo.Cumprimentou cada homem e partiu,sendo a última pessoa que os viu.
Durante a semana seguinte,como era normal,o farol foi mantido sob a observação periódica da terra,com um telescópio,em intervalos regulares.Em caso da emergência,os zeladores do farol poderiam içar uma bandeira própria e o auxílio seria,imediatamente,enviado.
Durante os dias que se seguiram,o farol foi obscurecido frequentemente pela névoa(Era este o problema que o superintendente e Muirhead tentaram resolver na última visita ao farol no dia 7 Dezembro).
Durante as duas semanas,uma névoa pesada envolveu o farol.O farol não seria visível da base da marinha na costa,até o dia 29 Dezembro.Em geral quando acontecia isso era mais fácil ver de noite,devido á luz brilhante do farol.A lâmpada estava visível no dia 7 Dezembro,mas foi obscurecida pelo mau tempo nas seguintes quatro noites.Ela foi vista outra vez no dia 12 Dezembro,após esse dia,não se viu mais nada.No dia 15 Dezembro,o navio "S.S Archtor" estava na vizinhança do farol.Perto da meia-noite,o capitão Holman olhou para fora da plataforma do steamer,esperando ver alguma luz do farol,da ilha de Flannan,como era usual.Holman estava próximo,o bastante,do farol e dispunha de tempo para certificar-se de vê-lo.Mas nenhuma luz era visível.
A embarcação de auxílio de Breasclete não conseguiu chegar ao farol no dia 21 Dezembro.O mau tempo impediu que o navio se aproximasse dos penhascos de rocha e as ondas e o vento estavam muito fortes.Isso impediu a chegada da equipe de resgate ao farol até cinco dias depois.
Como era de praxe protocolar,o grupo de funcionários do farol deveria recepcionar o navio num pequeno bote para ajudar aos homens que os substituiriam.Uma bandeira era erguida para mostrar ao grupo do encarregado que os homens do farol davam as boas-vindas aos seus substitutos.Mas,naquele dia não havia homens,bote,e muito menos a bandeira.O capitão Harvie,no barco "Hesperus",deu ordens para soar a sirene,como aviso de aproximação.Não houve resposta.
Decidiram,então,entrar na ilha para ver o que se passava.Mas foi muito difícil o trabalho deles,pois era uma área de maré agitada.Os homens escalaram uma parte da rocha até chegar à corda que era usada para auxiliar na subida pela encosta da ilha. Com esforço chegaram ao farol.
A porta exterior do farol estava trancada,por sorte,Moore tinha consigo uma cópia do jogo de chaves.O lugar estava deserto,não havia nenhum sinal de Ducat,de Marshall ou de Macarthur,o relógio na parede interna tinha parado,não havia nenhum fogo na lareira e todas as camas estavam vazias e arrumadas.Uma refeição tinha sido preparada,e estava sob a mesa intacta.Moore apressou-se e correu retornando até a área de desembarque.Ofegante,explicou a McCormack que o grupo havia desaparecido como por artes mágicas.O segundo ajudante reuniu-se a eles em terra e juntos montaram uma busca completa á ilha.Nem sinal dos homens...tinham desaparecido.
Moore e McCormack voltaram ao barco e deu ao capitão Harvie a má notícia.Este instruiu o terceiro assistente a retornar ao farol com os outros três,para que retomassem a manutenção provisória do farol,antes que acontecesse alguma tragédia,no mar.
Enquanto isso,o"Hesperus"retornaria a Breasclete para informar as autoridades do ocorrido.
Um telegrama foi emitido por Harvie à secretaria dos comissários,mais tarde,nesse mesmo dia,informando o desaparecimento dos funcionários.Na ilha Flannan,Joseph Moore e os seus parceiros fizeram uma busca ainda mais rigorosa pelo farol e um retrato dos eventos começou logo a emergir.Ao que puderam observar,tudo correu bem no farol até a tarde de 15 de Dezembro.O diário de bordo do faroleiro foi fundamental para a investigação e estava intacto,com dados detalhadas dos procedimentos e relatórios de cada dia até o dia 13.O chefe da zeladoria do farol havia também esboçado parte do relatório dos dias 14 e 15 numa folha solta.Pelos registros,houve uma tempestade no dia 14,mas que na manhã seguinte tivera uma acalmia.Não havia nenhuma indicação de nenhum problema adicional.Se esta notificação trouxe algum conforto para as famílias é desconhecido,pois nenhum corpo foi encontrado,e o estranho desaparecimento de Thomas Marshal,James Ducat(que deixou uma viúva e quatro filhos)e Donald Macarthur(que deixou uma viúva e dois filhos)ficou para sempre,por explicar.
Teorias de monstros marinhos,ondas gigantes,abdução,loucura e suicídio colectivo,foram das hipóteses mais comentadas.
O desaparecimento é conhecido como uma Lenda Urbana,até hoje.
Sobrenatural ou não,a verdade é que em Dezembro de 1900,três homens entraram no farol,jamais saíram,e nunca mais foram vistos.

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