Os Misteriosos Etruscos...


Pouco sabemos desses Antigos Toscanos, que deixaram um rico legado Cultural,o qual os Romanos,seus Conquistadores captaram para o inicio do seu Imperio...

Os Etruscos dominavam a Arte de Decorar Tumbas e tinham Escrita. Durante séculos, a Civilização que criaram foi comparada à Egípcia. Depois, um manto de Misterio recaiu sobre ela,Especialistas pensaram que teria sido anterior e precursora da Grega,mas Hoje, apesar de indicações relacionadas a uma parte da mitologia e do alfabeto aparentemente comum entre os povos;que a tal primazia Etrusca sobre a esplendorosa Grécia antiga já não é mais  aceita, mas há ainda muitos Mistérios para a Ciência resolver antes de um veredicto definitivo.
Descobertas recentes, em especial na Etrúria, Região Central da Península Itálica, mas também fora dela, fizeram avançar os conhecimentos sobre estes Toscanos. A Etrúria nunca formou uma  Nação, com um poder centralizado.

Não se deve compará-la ao Império Romano nem ao Estado moderno. Aqui começa a similiradidade com os Gregos;eles tinham um conglomerado de Cidades autonomas, com Territórios e Capitais definidos.

Os  Antigos,Gregos e Romanos,diziam  que os etruscos formavam uma união de 12 cidades, a "Dodecápolis", mas nunca mencionaram a lista inteira das Localidades. A Arqueologia e as fontes literárias indicaram que, no apogeu dessa civilização (século VI a.C.), havia as cidades de Tarquínia e Veio, consideradas as mais brilhantes e opulentas.
Alguns séculos depois, há registros das Capitais de Arezzo, Cortona, Perugia e Volsini (actual Orvieto). Características das necrópoles e riquezas de mobiliário Funerários, além do número e das dimensões de Templos, levaram a incluir as Cidades;Cere (hoje Cerveteri), Vulci, Vetulonia, Volterra e Chiusi. Mas ainda falta uma areunir-se com as Anteriores...

Mas um grande Porto como Populonia, Capital do Ferro Etrusco, podia facilmente entrar na liga, sem esquecer uma Cidade como Rosella ... Como se nota, o problema é o excesso, e não a falta de Candidatas.
Esta liga de 12 cidades não foi nada eficaz políticamente e militarmente. Isso fica evidente no fracasso dos pedidos de socorro de Veio, quando foi Atacada por Roma no século V a.C.,essa  desunião facilitou enormemente a Conquista Romana da Etrúria.Mas essa fragilidade na União Militar não impediu um forte Elo Religioso entre os Etruscos de todas as Regiões, simbolizado por um  grande Sacerdote que presidia ás Cerimonias Anuais no principal Templo do Deus Supremo deste Povo, Voltumna (ou Veltha).O seu Santuário ainda não foi localizado, mas pode encontrar-se perto do rochedo de Orvieto. .
Um dos traços deste Povo é a Beleza Artística e o grande número de Afrescos Funerários. Ao contrário dos Gregos, cujas obras das épocas Arcaica e Clássica Desapareceram, os Etruscos tiveram a Feliz ideia de Decorar  osseus Hipogeus, ( Tumbas Subterrâneas).Isso protegeu a Arte, hoje exposta em condições especiais na Tarquínia, por exemplo, no Museu ou no próprio sítio Arqueológico da Antiga Necrópole de Monterozzi.
Em 1985, também na Tarquínia, foi Descoberta uma nova Sepultura Decorada, chamada “Tumba dos Demonios Azuis”,devido á presença,nas suas paredes, de Divindades Infernais com a pele pintada de Azul. Uma parte dos motivos mostra o Barqueiro Grego, que atravessa os Infernos, e o equivalente a Caronte,no seu barco; ou uma Morta, que vai partir numa Viagem Marítima, acolhida por seus Parentes Falecidos.

Essa Tumba é do fim do século V a.C., e os Demonios que acompanhavam os Mortos não apareciam na Iconografia antes da Epoca Helenística... A presença deles parece ser mais Antiga do que se Imaginava.
No território de Chiusi, uma das Cidades da "Dodecápolis", a Oeste do Lago Trasimeno, há uma Necrópole na Bela Cidade Toscana de Sarteano. Ali encontrou-se, em 2003, a Tumba da quadriga Infernal ,carro conduzido por quatro animais. Penetrando no Túmulo, é possível ver o Desenho da Carruagem atrelada a dois Leões e dois Hipogrifos (Animal Mitológico Representado com corpo de Leão, Asas, Garras e Cabeça de Aguia). Os Animais são conduzidos por um Cocheiro ruivo e com olhos que saem das órbitas, cujo rosto foi recortado sobre uma Nuvem Negra evocando o Mundo dos Infernos. A Arqueóloga Alessandra Minetti, Descobridora da Tumba, estima que se trate de uma nova Representação de Caronte.
Em 2006, a cidade mais próxima de Roma, Veio, revelou a Tumba pintada que é a mais Antiga até hoje encontrada na Etrúria.
Baptizada de “Tumba dos Leões Rugidores”, em razão da presença de quatro Leões com bocas abertas, remonta ao começo do século VII a.C. Há uma série de Pássaros Pintados em Vermelho e Preto, com a mesma técnica usada na Cerâmica Geométrica Grega tardia. Segundo Francesca Boitani, directora do Museu de Villa Giulia, em Roma, os  leões evocam a Morte, e as Aves, a Viagem aos Infernos.
Também não se podem desprezar os resultados das escavações realizadas em Verucchio, perto de Rimini. No sítio, ligado à Rota do Âmbar, Tumbas Principescas revelaram um Rico e conservado mobiliário de madeira, com alguns Tronos. Em Casale Marittimo, perto de Volterra, Estátuas de pedra do começo do século VII a.C. foram desenterradas, uma produção artística pouco comum na Etrúria até aquela Epoca.

As escavações nas casas  Populares tornou-se hoje,prioritária nas grandes Cidades como Marsiliana d’Albegna e, principalmente, na Tarquínia, Cidade cujas Origens remontam ao século IX a.C. Além disso, um novo Templo Dedicado a Tin, outro importante Deus Etrusco, foi Descoberto em Marzabotto, nas imediações de Bolonha. Lá Decifrou-se a Inscrição "Kainua", que deve ser o nome Etrusco da Cidade, algo até então ignorado.
A Arqueologia Submarina também trouxe seu quinhão de revelações, pois a exploração de Navios Naufragados é fundamental para a História Economica e o Conhecimento das Trocas Comerciais. Em 1999, Pesquisadores Identificaram um Navio Afundado ao largo da Cidade de Hyères, no Sul da França. A Embarcação era um grande Cargueiro e Transportava, perto do ano 500 a.C., mil Anforas cheias de Vinho produzido na Região de Cere-Cerveteri. Sem dúvida, a carga seria entregue no Porto de Lattes, próximo da actual Montpellier, já que a Gália Meridional consumia Vinho Etrusco havia mais de um século.

Talvez fosse um Navio Etrusco implicado numa forma de Comércio directo entre a Etrúria e a Gália Meridional, mas tratava-se de modo pouco habitual para o Período, pois mais comum era o sistema de cabotagem – de Porto em Porto, com cargas e descargas frequentes, ao longo da Costa do Mediterrâneo.

As Suas Origens...

Quanto às raízes dos Etruscos, o Mistério é enorme. Teriam eles vindo da Ásia Menor, como afirmou o Historiador Grego Heródoto (século V a.C.) ou seriam Nativos do lugar, um Povo autóctone, segundo a tese defendida pelo também Historiador Grego Dionísio (ou Denis) de Halicarnasso, posteriormente, no século I a.C.?

Heródoto afirmou que os Etruscos eram Originários da Lídia, na actual Turquia e teriam chegado à Itália no século XIII a.C. A Hipótese é compatível com a que associa os Etruscos aos Povos do Mar. Os Egípcios mencionavam os Etruscos com o Nome de "Turshu",os Latinos, de "Tusci",e os Gregos, de "Tyrrhenioi".
O mais provável é que tenham-se instalado na Região, que já possuía uma População local, entre os séculos VIII e VII a.C., atraídos pelas jazidas Metálicas da Toscana. Eles Fundaram ou controlaram Bolonha, Mântua, Pesaro, Rimini, Cápua, Pompeia e até mesmo Roma, cujos três últimos Reis antes da República, entre 616 e 509 a.C., foram Etruscos.

Talvez a análise do DNA das populações da Toscana traga luzes sobre essa Eterna questão. não é de desprezar o comentário do Historiador Francês Jules Martha, em 1889;

 “Podemos nos perguntar se o termo ‘Etruscos’ corresponde a uma entidade Etnográfica bem definida ou se, por acaso, não seria uma expressão política que designaria um Povo Misto, resultado da mistura de várias Raças, como, por exemplo, os Franceses, Austríacos, Ingleses, Americanos”.

A Sua Lingua Mãe...

Em relação à Língua Etrusca, há muito a ser Descoberto, embora os poucos textos sejam hoje Decifrados com mais facilidade. Geralmente as palavras são grafadas da Direita para a Esquerda, com um Alfabeto assemelhado ao Grego. Mas o Etrusco definitivamente não pertence ao Grupo de Línguas Indo-Europeias, mesmo que tome de empréstimo elementos do Grego e das Línguas Itálicas.
Não se pode aproximar o Etrusco de outra Língua... Por isso, uma Escritura Descoberta em 1992, em Cortona, na Itália, tem grande Interesse. Surgida em condições rocambolescas e certamente depois de Escavações Clandestinas, a tabuleta de Cortona é uma placa de Bronze de aproximadamente 45 cm por 30 cm, com inscrições que cobrem totalmente uma face e a parte superior do verso. Deve datar de cerca de 200 a.C.

Com 206 palavras, mais da metade Nomes próprios e sinais de pontuação, a tabuleta contém o terceiro texto Etrusco conhecido em número de linhas. Como faltam Escritos longos, com um Vocabulário rico que permita avanços no conhecimento do Etrusco, a Descoberta é das mais celebradas.

Tudo indica tratar-se de um Documento jurídico, um contrato sobre a venda de Terras, onde existiam uma Vinha e um Olival situado perto do Lago Trasimeno. Daí as listas de Nomes próprios que provavelmente representam os Vendedores, os Compradores, as Testemunhas e os Fiadores daquela transação.

Aparece ainda na Inscrição a expressão "cen zic zichuche", que se Traduz por “Este Texto Foi Escrito”, uma fórmula esperada em atas de tipo Notarial. Há a qualidade de um Magistrado que é "zilath mechl rasnal", que significa “Pretor da Liga Etrusca”, ou como alguns Hoje Acreditam, Pretor da Cidade de Cortona – talvez o Prefeito da Cidade. Constata-se que, como na Roma dos Cônsules, a Datação é indicada pelo Nome de dois Magistrados que estavam no cargo naquele Ano.

A tradução hoje,aceita dessas e de outras passagens está longe de indicar que o problema da língua esteja resolvido.

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