Os Portugueses no Japão

"Quando tentamos encontrar imagens que representem os Portugueses e os Luso-Asiáticos na Ásia dos séc. XVI e XVII, não temos praticamente nada feito pelos próprios", diz a professora do Departamento de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa.
"Os Biombos Nanban são, por isso, uma das aproximações visuais que devem ser cruzadas com o registo escrito da literatura das viagens Portuguesas."
É assim desde o primeiro desembarque na Ilha de Tanegashima, em 1543, quando os Japoneses nos definiram como "Nanban-jin" (Bárbaros do Sul). A todos os Comerciantes e Missionários Europeus do Sul - Espanhóis, Italianos mas sobretudo aos Portugueses - que aportavam a Nau do Trato em território Nipónico. Mas "Bárbaros",no sentido de Estrangeiros, explica Alexandra Curvelo;
"Embora tivesse havido também uma percepção de que estavam perante Europeus diferentes do ponto de vista Civilizacional, Bárbaros no sentido de pouco polidos, pouco educados, que comiam com as mãos, falavam alto e comportavam-se de uma forma um pouco desregrada."

Os Navegadores Portugueses desembarcaram no Sul do Arquipélago Japonês,em 1543. Este período ficou conhecido como o Período do Comércio Nanban e através da iniciativa feita pelo Jesuíta Gaspar Vilela e o Dáimio Omura Sumitada, Portugal funda o Porto de Nagasáqui,em 1571(Sim,a Cidade que os Americanos destruiram com uma das Bombas Atomicas,na segunda Guerra Mundial).
A expansão ao comércio aumentou a influência Portuguesa no Japão, principalmente em Quiuxu, onde o Porto tornou-se um ponto de acesso estratégico, após Portugal ter colaborado com o Dáimio Sumitada, em repelir o ataque feito pelo Clã Ryūzōji, ao Porto em 1578.
Os primeiros Navios Portugueses atracados no Japão, traziam cargas provenientes como a seda e a porcelana da China. Os Japoneses ansiavam por esses luxos,já que foram proibidos de fazerem comércio exterior com os Chineses pelo Imperador, como punição pelos ataques de Piratas Wakō. Portanto, os portugueses actuaram como intermediários no Comércio Asiático.
Em 1592, o Comércio entre Portugal e Japão passou a ser cada vez mais desafiador, por causa dos Contrabandistas Chineses e da chegada de navios Espanhóis para Manila em 1600, os Holandeses em 1609 e os Ingleses em 1613.

Como o Japão estava no meio de uma Guerra civil, chamada de Período Sengoku, os Japoneses desejavam as armas Portuguesas, por serem mecanismos mais leves e melhores e com um objectivo preciso. O famoso Dáimio Oda Nobunaga, que praticamente unificou o Japão, fez uso extensivo das armas Arcabuzes, sendo o papel-chave da Batalha de Nagashino. Após um ano, os ferreiros Japoneses conseguiram reproduzir o mecanismo e começaram a produzir em massa, as armas Portuguesas. E só apenas cinquenta anos depois, seus Exércitos foram equipados com uma série de armas, talvez maior do que qualquer Exército contemporâneo da Europa. As armas eram extremamente importantes na unificação do Japão sob Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, bem como nas Invasões Japonesas na Coreia em 1592 e 1597.
Os Portugueses não trouxeram apenas armas, mas também o sabão, tabaco e outros produtos desconhecidos no Japão Feudal.

Os escravos Japoneses eram trazidos pelos Portugueses até Macau, onde alguns deles não eram escravizados somente pelos Portugueses, mas também por outros escravos de proprietários Portugueses como os Malaios e Africanos, que por sua vez, possuíam seus próprios escravos Japoneses.
Alguns escravos Coreanos foram comprados pelos Portugueses, que trouxeram de volta a Portugal do Japão, onde tinham estado entre as dezenas de milhares de prisioneiros de Guerra Coreanos transportados para o Japão, durante a Guerra Imjin.
Em 1595 foi aprovada uma lei por Portugal, que proíbe a compra e venda de escravos Chineses e Japoneses.

Tenham Todos Uma Boa Tarde!!!
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