Os Hicsos....

Os Hicsos foram um Povo Asiático, provavelmente  Indo-árico que invadiu o Delta do Nilo, iniciando a XV Dinastia Egípcia, no denominado segundo Período Intermediário do Antigo Egipto.
O termo Grego Hicsos deriva do Egípcio Hik-khoswet,que significa "Governantes de Países Estrangeiros".

A Sua Presença na História Egípcia;

O "Período dos Hicsos" ainda é obscuro na História do Egipto, é ainda  entendido muito imperfeitamente. É consensual que os Hicsos foram uma vaga de Povos Asiáticos do corredor Sírio-Palestino e dos Desertos em redor que ocuparam gradualmente o Delta do Nilo, em busca de alimentos. O período consistiu essencialmente na mudança de Governantes e na forma de administração.
Os Hicsos eram mais uma Aliança de Povos e um evento Cultural e tecnológico, mais do que Invasores Militares propriamente ditos. Em copta "Hakasu";estrangeiros, pastores, nómadas.

A Morte do Faraó Sebekneferu (aprox. 1780 a.C.) e a tomada de poder por Amósis I (aprox. 1570 a.C.) podem ser determinadas com uma certa segurança. Tendo a data da Morte de Sebekneferu ocorrido aproximadamente em 1780 a.C., e tendo Amósis  se tornado Faraó por volta de 1570 a.C., o Segundo Periodo Intermédio teve uma duração não superior a cerca de 220 anos.
Os Eruditos presumem que houve uma desintegração do Poder Egípcio. Os Vestígios Arquelógicos actualmente disponíveis conhecidos não confirmam e nem negam a ideia que os Hicsos tenham Conquistado Militarmente o Delta do Nilo; mas é certo que houve um sistema de fortalezas no Levante nos anos finais do período.

Conquistas;

Flávio Josefo, apresenta os Hicsos como Conquistando o Egipto sem Batalha, Destruindo Cidades e "os Templos dos Deuses", e provocando matança e devastação. São apresentados como se fixando na região do Delta. Por fim, diz-se que os Egípcios se sublevaram, travaram uma longa e Terrível Guerra, com 480 mil homens, cercaram os Hicsos na sua Cidade principal, Aváris, e então, de modo estranho, chegaram a um acordo que permitiu que os Hicsos deixassem o País sem sofrer danos, junto com as suas Famílias e seus bens, e daí, esses foram para a Judéia e construíram Jerusalém.

Evolução Histórica;

No final do Reinado do Faraó Amenemhet III (1843 a 1797 a.C.), iniciou-se uma lenta e constante decadência do Poderio do Império Egípcio. Eles derrotaram a fraca 13.ª Dinastia, cuja Capital se situava perto de Mênfis, e governaram o médio e baixo Egipto por volta de 1700 AC por um período de cerca de 100 anos.

A invasão iniciou com um banho de sangue na região do Delta, seguido pelos saques às Cidades;

 "Havia então um Rei nosso chamado Timaios. Foi no seu Reinado que isso aconteceu. Não sei por que os Deuses estavam descontentes connosco. Surgiram de improviso, Homens de nascimento ignorado, vindos das terras do Oriente. Tiveram a audácia de empreender uma campanha contra  a nossa Terra e a subalugaram facilmente sem uma única Batalha. Depois de haver submetido nossos Soberanos ao seu Poder, incendiaram barbaramente  as nossas Cidades, Destruíram os Templos, os Deuses, e todos os Habitantes foram tratados Barbaramente; mataram uma parte e levaram os Filhos e as Mulheres de outros como Escravos. Por fim, elegeram Rei um dos seus; o nome dele era Salatis; vivia em Mênfis e cobrava tributo ao Alto e Baixo Egipto; instalou guarnições em lugares convenientes... Escolheram no Distrito de Saís (no Baixo Egipto) uma cidade adequada para os seus fins, que ficava à leste dos braços do Rio Nilo, junto a Bubaste, e chamaram-na de Aváris" - segundo o relato de Méneto.

Este Sacertode e Historiador foi Exilado na sua época por registrar esta História numa Estela de Pedra. Após a ocupação, coexistiram com a 13.ª Dinastia Tebana. Nesse tempo, a Síria e Canaã estavam sob domínio do Egipto. Era o início do período Histórico conhecido como Segundo Período Intermediário.

Em 1704 a.C., tem início do reino do Faraó Aya (Merneferre). Desse ano até o ano de 1640 a.C., sucederam-se outros 43 Faraós no Trono, mas, não sem oposição. Os Vizires do Alto Egipto e Baixo Egipto adquiriram forças política cada qual em suas regiões administrativas e iniciaram a descentralização do País aproveitando a desordem que começou gradativamente com a chegada dos Imigrantes Asiáticos; o aumento das riquezas nivelou as Famílias mais importantes, fragmentando em diversos Nomos as 4 divisões em que Sesóstris III (1879 a 1843 a.C.) havia estabelecido no ano de 1878, agindo de forma Independente. Os Asiáticos agrupavam-se cada vez mais no Delta do Rio Nilo, chegaram a superar a População Egípcia, muitos deles foram absorvidos pelas camadas mais Pobres da Sociedade, alguns alcançaram elevados postos na Administração local; um dele, cujo nome era Khendjer (do semita Hanzir que significa "Javali") chegou a ser Faraó por 1 ano. Os Hicsos permitiram a princípio que a 13.ª e 14.ª Dinastia (que foram Faraós remanescentes da 13.ª Dinastia, sem importância) se manter no Alto Egipto, desde que pagassem o tributo anual.

Guerras Entre Egípcios e os  Hicsos;

Em 1640 a.C., no Baixo Egipto, teve início a 15.ª Dinastia Hicsa com Salitis (Swoserenre), o 1.º Faraó não-Egípcio. Seus domínios se estendiam do Delta do Nilo (Baixo Egipto) até a Cidade de Meir (Alto Egipto). Dessa Cidade até à 1.ª catarata, estavam os Egípcios divididos em diversas unidades Políticas tributárias dos governantes Hicsos; da 1.ª até a 4.ª catarata estava o Reino da Núbia (Sudão), sediado na cidade de Kerma, Aliados dos Hicsos.
Entre os anos de 1640 e 1585 a.C., sucederam-se 3 Governantes Hicsos no Trono de Aváris: Salatis, Sheshi e Khian. Em 1585 a.C., passou a Reinar Apófis (Awoserre). Apóphis provocava os Egípcios com os motivos mais banais, tentando-os à Guerra. Em xxxx AC, deu-se a primeira Guerra entre o Hicso Apófis e o Faraó Seqenenré Tao II (de cogonome "o Bravo") da 17.ª Dinastia. Exame da sua Múmia mostrou que ele Morrera Violentamente, o seu crânio apresenta uma perfuração, talvez tenha tombado em Combate.

Em 1573 a.C., o sucessor do Faraó Seqenenré Tao II foi o Kamósis (Wadjkheperre). Diz-nos um Papiro, que Apófis terá mandado um mensageiro à Nô-Amom (Tebas), ordenando-lhe que matassem os hipopótamos que viviam no Rio Nilo próximo à Nô-Amom, pois o barulho feito por eles impedia o seu descanso; caso não fossem tomadas as devidas providências, ele mesmo invadiria o Alto Egipto para dar cumprimento às suas ordens. Kamósis I conclamou o Alto Egipto em levante contra o governante Hicso; este se aliou com os Núbios no Sul, para conter a revolta. Os Egípcios lutaram em duas frentes de Batalhas, ao Norte contra os Hicsos e no Sul contra os Núbios e venceram ambas, levando a Luta até as proximidades de Aváris no Norte, e Buhen no Sul. Mas, nada se sabe sobre ele depois dos 3 anos que durou o levante contra os Invasores. Não sabemos como Morreu e quantos anos Reinou. A sua Múmia, em mau estado de conservação, ficou reduzida a pó antes de poder ser Examinada. Foi Sepultado num Sarcófago dos mais simples, o que parece indicar Morte prematura e falta de tempo de realizar um Funeral solene.

Em 1570 a.C., o Faraó Amósis I (Nebpehtire), Filho de Kamósis, inaugura a 18.ª Dinastia. No Sul do Egipto, Amósis I derrotou os Núbios, levando a fronteira até a 3.ª catarata, voltando à mesma posição da época da 13.ª Dinastia. Khamudi assume o Trono de Aváris, e dá continuade à Guerra contra os Egípcios. Em 1532 a.C., sucede Amósis I. Este continuou a Guerra de Expulsão dos Hicsos, iniciada por seu Pai conseguindo seu objectivo após 10 anos de Guerra contra Khamudi. Termina os combates com vitória de Amósis I. Ele expulsou os Hicsos do Egipto, perseguindo-os pela Canaã, Fenícia e Síria, até a Cidade de Carquemis (Karkemish) junto do Rio Eufrates, onde se deteve militarmente perante os Hurritas do Reino de Mitanni.

Razões da Invasão;

As principais razões dos Hicsos foram;

1-Escassez de alimentos na Ásia Ocidental, enquanto no Egipto abundava alimentos;

2-A desordem resultante da presença de estrangeiros e a falta de coesão;

3-O atraso técnico e Militar do Egipto em comparação com alguns Povos Asiáticos; os Exércitos Egípcios eram formados essencialmente pela Infantaria a pé. Como não dispunham de Cavalos e não usavam Carros de Combate puxados a Cavalo, seriam uma presa fácil para qualquer Exército que tivesse Cavalaria.

Algumas Vantagens do Egipto,Após Ocupação;:

1-Vulgarizaram o uso do bronze até então raramente empregado no País;

2-Substituíram a liga de Bronze importada, pela de Cobre-Arsenico;

3-Introduziram a roda de Oleiro aperfeiçoada;

4-O tear vertical;

5-O boi indiano (Zebu), mais resistente que o Boi Egípcio;

6-Novas culturas de Hortaliças e Frutas até então Desconhecidas no Egipto;

7-Uso do Cavalo e do Carro de Guerra;

8-A roda mais leve de arcos compostos;

9-Novas formas de Cimitarras - Sabre Oriental de lâmina curva;

10-Novas armas e tácticas Militares;

11-Forma de dançar modificada em relação aos períodos anteriores.

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