A Mina Perdida do Holandês

A história americana é cheia de episódios de descobertas de ouro,mas nenhuma é tão enigmática quanto "a Mina Perdida do Holandês",situada algures nas montanhas inóspitas de Supertition,no Arizona.
Desde 1890,ninguém conseguiu localizar positivamente esta mina.Mas continuam a existir inúmeros aventureiros a procurá-la,com a esperança de descobrir uma fortuna e ouro.Nesta busca já se perderam 20 hombres,para nunca mais serem vistos...

Os indios Apaches foram os primeiros a descobrir a mina.Muito antes aprenderem a temer a fome insaciável do homem branco por ouro,mostraram na sua inocência a descoberta a uns monjes espanhóis,no México.Inevitablemente,os relatos espalharam-se acerca desta rica mina,onde se podia tirar ouro ás mãos cheias,fazendo falar e sonhar os homens cheios de cobiça.Foram inúmeros os homens que realizaram,com éxito expedições á mina,até que,anos mais tarde,esta passou a ser propiedade de um espanhol,D. Miguel Peralta...

Em 1871,o seu neto,também chamado Miguel,comunicou o segredo da mina a dois Imigrantes Alemães,Jacob Waltz e Jacob Weiser,que lhe haviam salvo a vida,numa escaramuça,em Sonora,México.D. Miguel contou aos seus salvadores que os seus antepassados haviam obtido grandes fortunas extraíndo ouro da mina.E para isso, tiveram que valer-se de um exército privado de guardas e de trabalhadores,suficientemente poderosos para que os Apaches não se atrevessem a ataca-los.Mas em 1864,seu pai e os seus homens foram atacados pelos Apaches,numa batalha que durou três dias.Restaram poucos sobreviventes que conseguiram regressar ao México,um deles levava consigo um mapa,onde mostrava a precisa localização da mina.
Nessa época,D.Miguel carecía de dinheiro suficiente para organizar um novo exército de guardas e mineiros capaz de empreender a exploração.Por isso,ele pediu a Waltz e a Weiser que o acompanhassem,junto com um punhado de homens,numa incursão de surpresa ao sítio do ouro,guardado pelos Apaches.Os dois Alemães aceitaram a proposta e pouco depois,ambos,juntos com D. Miguel,regressaram da sua aventura com uma parte do ouro,no valor de 60 000 dólares.Antes de partir para a sua incursão,D. Miguel impôs uma condição;ele iria receber a metade do ouro que conseguiríam arrebatar dos Apaches,mas,quando regressaram ao México,mudou de ideias e selou un novo acordo com Waltz e Weiser,pelo qual os Alemães renunciaríam á sua parte em troca da propiedade da mina.
Mas antes de que Waltz y Weiser conseguíssem regresar á mina,outro homem branco recebeu a revelação da existência da mina.Tratava-se do doutor Abraham Thorne,um médico que havia ajudado alguns Apaches e a fim de retribuir sua bondade,os Indígenas disseram-lhe que o recompensaríam com ouro.Se estivesse disposto a percorrer 30 Km,com eles,deixariam que ele transportasse todo o ouro que conseguisse.

O médico Thorne aceitou a oferta generosa e foi conduzido de olhos vendados a um desfiladeiro,onde o aguardava uma enorme fortuna do rico mineral.
Os Apaches não lhe mostraram a mina,mas,enquanto carregava o ouro nas suas sacas,ele
tomou nota de alguns pontos identificáveis,na paisagem circundante;os restos de um forte de pedras e uma alta e afiada rocha,chamada "Agulha Weaver",localizada a cerca de 1600 metros ao sul donde estava.Ao partir,levava consigo 6000 em ouro e decidiu que íria retornar a esse sítio.Assim um ano mais tarde,levou alguns amigos na expedição que tencionava localizar o desfiladeiro,mas Thorne e os seus amigos foram perseguidos por um terrível ataque dos guerreiros Apaches.
Quando Waltz e Wesier conseguiram finalmente regressar à região do ouro,estavam sozinhos.Encontraram a mina usando como guía o mapa de D. Miguel Peralta e imediatamente começaram a escavar.Mas,certo dia,Weiser ficou sózinho por um momento e quando seu companheiro Waltz regressou,tinha desaparecido...
Restava,como testemunha da sorte que lhe tinha calhado,a sua camisa empapada de sangue,suas ferramentas,rodeadas de flechas dos Apaches,abandonadas np sítio onde tinha trabalhado pela última vez.Rapidamente,Waltz carregou tudo o que podiam conter as suas sacas e o cavalo,e deixou as montanhas Superstitior.

Finalmente instalou-se em Phoenix,onde viveu até 1891.Mas,de alguma maneira milagrosa,seu sócio,Weiser,não morrera no ataque dos Apaches,embora tivesse recebido graves feridas,conseguiu escapar e refugiar-se na casa de um médico,o doutor John Walker.Weiser contou ao médico tudo o que sabia e pagou-lhe a ajuda com o mapa de D.Miguel Peralta.No entanto,Walker não fez uso desse documento,que estava,entre os seus pertences quando ele morreu em 1890.
Quanto a Waltz a sua última visita á mina foi no Inverno de 1890.Viajando sózinho e regressou a Phoenix dois dias mais tarde,com um pequeno saco de ouro.É muito provável que tenha sido o último homem branco que visitou a mina,e pouco depois morreu,levando consigo o segredo da exacta entrada.
Toda a gente de Phoenix acreditava,pelo seu forte sotaque,que Waltz era nativo da Holanda,e por causa disso a Mina foi chamada de,"A Mina Perdida do Holandês".
Mas antes de morrer,Waltz contou a um amigo que o sitio estava localizado numa região tão complexa,que um homem podia estar no centro da mina e não perceber a sua existência,também disse que o filão era extremamente rico e o metal podia ser facilmente separados da rocha.

A Weiser e ele disse que era o suficiente bater nas rochas com os seus martelos para as pepitas caírem nas mãos.A mina tinha a forma de um funil,mas alguém tinha cavado um túnel através da encosta para o fundo da mina para facilitar a extração de ouro. Waltz também confessou que certa vez,durante uma visita que ele e o seu parceiro Weiser lá fizeram,encontraram dois mexicanos,ex-membros de uma das suas expedições, enchendo sacos com ouro e que os mataram com tiros.A mesma sorte tiveram os jovens soldados que,acidentalmente,encontraram o sitio em 1880.

Eles tinham chegado á população mexicana de Pinal com os seus alforjes cheios de pepitas grandes e comentaram que tinham encontrado uma mina,em forma de funil,nas montanhas.Propuseram a um aldeão que os acompanhasse a uma viajem de regresso á mina,para a localizar,valeram-se dos seus conhecimentos militares;fizeram o seu caminho guiando-se pelas trilhas que tinham deixado.Algum tempo depois,seus cadáveres foram encontrados,desnudados,nas montanhas.A princípio,pensou-se que tinham sido vítimas dos Apaches.Mas ao estudar-se as balas encontradas nos corpos, descobriu-se que eram idênticas ás utilizadas pelo exército dos Estados Unidos.
Em 1882,um índio conhecido como Apache Jack relatou os esforços que o seu povo teve,para manter em segredo a existência da mina e esperavam interromper o fluxo dos indesejáveis homens brancos que invadíam o seu território em busca de riquezas.
O Apache,contou que foi confiado aos Peles-Vermelhas a tarefa de encher a mina com pedras,depois a entrada do sitip também foi bloqueada,para além disso,houve um terremoto na região e é muito possível que o movimento tenha destruído os pontos de referência.

Durante os anos que se passaram desde então,muitas pessoas viajaram para as montanhas em busca da mina.Nenhuma delas conseguiu o seu objectivo,e pelo menos 20 morreram na tentativa.Em 1931,Adolph Ruth viajou para as montanhas,depois de comunicar aos seus parentes e amigos que comprara um mapa para a "Lost Dutchman's Mine",a um membro da família de D. Miguel Peralta.Como tardava em regressar,uma patrulha de resgate saiu em sua busca,deparando-se com um macbro espectáculo.Adolp tinha levado dois tiros na cabeça e depois,a sua garganta fora cortada.Num dos bolsos do casaco tinha um pedaço de papel onde estavam escritas várias direcções e uma frase que dizia;"cerca de 60 m. de distância da caverna" e depois a frase em latim ",Vidi,Vici Veni"("eu vim,eu vi,eu venci ").Mas não havia nenhum vestígio do mapa que Adolph Ruth tinha comprado.
Em 1947,na mesma região,encontraram outro corpo com;"eu choro",mas não havia nenhuma indicação do ouro nas imediações,e o assassino não foi apanhado e punido.Talvez um dia algum aventureiro tenha sucesso onde muitos outros falharam.

Em 1912,dois aventureiros encontraram pepitas de ouro num pasto,no mesmo lugar onde o pai de D. Miguel Peralta e os seus homens foram brutalmente assassinados,em 1864. Não muito longe da "Agulha Weaver",uma das referências que surgiam nas histórias sobre a mina,havia provas de muitas escavações.Entre os vestígios de que a mina estava perto,descobriram-se uma grande quantidade de sandálias mexicanas escondidas numa caverna.Mas apesar de todas as pistas e de todas as histórias da enorme riqueza escondida sob a terra continua a honrar o seu nome;"The Lost Dutchman's Mine".

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