Um Pouco Sobre a Arte Rococó na Europa...
O que é a Arte Rococó?
A Arte Rococó foi um movimento artístico surgido na França do século XVIII,tanto na Arte como na Arquitectura,com um estilo caracterizado por uma certa leveza e delicadeza e acentuado Decorativismo.Esta palavra "Rococó" derivou do "Rocaille"(designação adoptada dos trabalhos ornamentais
executados com conchas ou pedras), um estilo de Decoração de interiores baseado numa linearização curvilínea e em elementos naturalistas.
Em 1730, o movimento foi divulgado na Europa, revelado,nomeadamente, nas Igrejas e Palácios do Sul da Alemanha e da Áustria. O Mobiliário Chippendale é uma versão Inglesa do Estilo Rococó Francês.
Outras características do Rococó são o uso de dourados e ornamentos assimétricos, com pormenores naturalísticos elegantes e a pintura mural, com delicadas cenas pastoris e representações ilusionísticas.
Em Portugal,o Rococó ficou associado às obras Arquitectonica de Mateus Vicente de Oliveira (Palácio de Queluz) e de André Soares (palácio do Raio, em Braga),tendo maior expressão no Norte do País.
Surgiu no Reinado de D. João V,por influência de Artistas Franceses que estiveram no País. Outra fonte importante são as pinturas Alemãs, sobretudo no Minho , onde o rococó se implantou mais vigorosa, exuberante e originalmente, como se pode observar pelas obras do Arquitecto André Soares (Palácio
do Raio, Igreja da Madalena). De resto, o Rococó assumiu em Portugal feições regionais distintas;em Lisboa,por exemplo,misturou-se o Rococó da Corte (Palácio de Queluz)com o Classicismo Pombalino; no Alentejo,foi o Neoclassicismo...
O Rococó prolongou-se até ao século XVI.
Na Pintura as transformações ainda são mais intensas. Tudo quanto o Barroco exibia de Teatral, Heróico e Dramático, Realista e Popular, transforma-se ou quase desaparece, substituído pela Graciosidade Decorativa, Fantasia,Erotismo,Aristocratismo e Mundanidade.
Desaparece praticamente a Pintura Religiosa,com os seus Acontecimentos Sagrados narrados Dramaticamente, os Martírios Cruéis, os Calvários Sangrentos, as Virgens e Madalenas soluçantes....Mudam-se os Tempos...Mudam-se as Vontades!!! Os Temas são agora,bem mais Frívolos, Mundanos e Galantes. Tudo vai falar quase que exclusivamente das graças da Mulher.Vislumbram-se cenas de Boudoir ou de Alcova, de Salão ou dos Interiores Luxuosos, Festas em jardins...Em suma,representam,não a Religião,mas o quotidiano da Aristocracia, ociosa e fútil, pastorais idílicas e sobretudo nus Femininos.Depois de tanto tempo excluida,chegou o Século da mulher, cujas graças jamais tinham sido cantadas como souberam cantá-las Watteau, Fragonard e Boucher, os Franceses que melhor representam essa Pintura.
Também a técnica se transforma na Pintura,com pinceladas rápidas, leves e curtas,com desenhos decorativos, tonalidades claras e luminosas em que predominam as cores Pasteis; os rosas, azuis, verdes e lilases, delicados e feéricos. Os pintores tornam-se exímios na representação dos tecidos finos, sedas e brocados achalamotados, tafetás e veludos, vaporosidade das gases e musselinas e dos tons de carne Femininas.
Uma das particularidades da época, é o aparecimento de Retratistas Femininos, que rivalizam com os Homens e forçam as portas da Academia. Também o gosto da Prática das Artes, da Música, da Pintura e da Gravura, na Alta Sociedade.
Outra particularidade da época é a generalização da técnica do Pastel. O Pastel,é um giz colorido, pastoso e aderente, feito com terras bem moídas. Aplica-se o pastel sobre papel rugoso ou com a superfície áspera, adrede preparada, para recebe-lo e fixa-lo, ou mesmo sobre camurça. Há Pastéis mais duros, próprios para acentuar as partes do Desenho, outros mais brandos, para as massas de cor. O Pastel foi uma verdadeira moda no século XVIII, especialmente no retrato, pois se presta com facilidade à expressão de certos efeitos de delicadeza e leveza dos tecidos, maciez da pele feminina, sedosidade dos cabelos, de luzes e brilhos. Quase todos os grandes Pintores Rococós foram também Pastelistas.
Artistas do Rococó
Na Arquitetura destaca-se Gabriel-Germain Boffrand (1667-1754) e Johann Balthasar Neumann (1687-1753).
Gabriel, extremamente popular na Paris do Século 18, construía casas para a Aristocracia Francesa, preocupando-se sempre com a harmonização entre a Construção e a Decoração do seu interior ao Estilo Rococó.
Trata-se de uma rica sala de recepção numa casa particular, em que elementos como janelas e espelhos são usados para dar a sensação de amplitude e fragmentar a luz Johann Balthasar Neumann, Arquitecto e Engenheiro Alemão (Cheb, Boêmia, 1687 - Würzburg, 1753). Mestre do ilusionismo Barroco. Entre as suas obras principais estão o Palácio de Würzburg e a Igreja dos Vierzehnheiligen (14 santos), na Baviera.
A Arquitectura
Na Arquitetura, o Rococó adquiriu importância principalmente no Sul da Alemanha e na França.As suas principais características são uma exagerada tendência para a Decoração carregada, tanto nas fachadas quanto nos interiores. As cúpulas das Igrejas, menores que as das Barrocas, multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, servindo para quebrar a rigidez das paredes. O mesmo acontecia com a Arquitectura Palaciana.
A expressão máxima do Rococó na Arquitectura Palaciana são os pequenos Pavilhões e abrigos de caça nos Jardins. Construídas para o Lazer dos Membros da Corte, essas edificações, Decoradas com molduras em forma de argolas e folhas transmitiam uma atmosfera de Mundo ideal. Para completar essa imagem dissimulada, surgiam no tecto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons Pastel.A Arquitectura dos irmãos Asam é fundamental dentro do Rococó.
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